
A equipa do LIFE Imperial realizou a monitorização diária aos ninhos de Águia-imperial com crias não voadoras, devido à onda de calor que se fez sentir entre os dias 27 e 30 de Junho. Estas ondas de calor podem levar a que as crias não voadoras que estejam debilitadas fiquem desidratadas ou em stress físico muito elevado (especialmente em ninhos sem sombra) e, em desespero, possam sair precocemente dos ninhos.
A vigilância efetuada permitiu detetar de imediato uma destas situações no dia 30 de Junho, em que uma das crias caiu do ninho e foi prontamente recolhida e transportada pela equipa do SEPNA - Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente da GNR para o CERAS - Centro de Estudos e Recuperação de Animais Selvagens, em Castelo Branco, gerido pela Quercus.
A cria não apresentava lesões nem doenças, mas encontrava-se muito magra e desidratada. Reagiu bem ao tratamento e recuperou peso a bom ritmo, tendo sido dada como fisicamente apta para ser novamente colocada no ninho, oito dias depois de ter sido recolhida. Após planeamento cuidado desta operação, onde se fez uma antevisão de todos os cenários possíveis e das medidas necessárias para cada um deles, a cria foi novamente colocada no ninho na madrugada do dia 9 de Julho.
Felizmente, concretizou-se o cenário mais otimista, os progenitores regressaram à zona do ninho no final dessa manhã e a fêmea do casal prontamente pousou junto da cria. A meio da tarde, a cria já com idade para voar, foi incentivada pela progenitora e realizou o seu primeiro voo, deslocando-se para a sombra de uma árvore nas imediações do ninho. Na manhã seguinte, os técnicos verificaram que a cria se encontrava novamente no ninho, acompanhada pela fêmea, movimentando-se com alguma segurança nas imediações do ninho, demonstrando que o processo de recuperação e devolução ao grupo familiar foi bem-sucedido. O casal e a cria continuam a ser monitorizados, estando a ser fornecida alimentação suplementar de forma a assegurar o êxito do processo de devolução ou a intervir de imediato em caso de necessidade.
Esta operação exigiu uma grande coordenação e colaboração entre todas as entidades envolvidas (LPN, ICNF, SEPNA-GNR e CERAS) e decorreu de uma forma exemplar. Esperemos que os progenitores consigam agora continuar a assegurar a sobrevivência da cria com sucesso!
