Esta é uma das principais causas de mortalidade não natural de águia-imperial-ibérica e de muitas outras aves de grande e de médio porte. A eletrocussão ocorre quando as aves estabelecem um ponto de ligação entre a linha eléctrica e o apoio (poste) ou entre duas linhas elétricas que permite a passagem de corrente elétrica através da ave, provocando a sua eletrocussão. Na maioria dos casos de eletrocussão ocorre a morte dos indivíduos, sendo poucos os que sobrevivem. Destes, muito poucos são os que podem ser devolvidos à natureza, dado que as lesões causadas pela eletrocussão costumam ser graves e irreversíveis, levando muitas vezes à amputação de membros. O risco para a águia-imperial é elevado devido à sua grande envergadura e ao uso regular de apoios de linhas elétricas perigosos como pouso.
Esta ameaça pode ser minimizada através do isolamento dos cabos junto dos apoios e de outras estruturas perigosas como os seccionadores ou com a alteração/substituição destas estruturas por outras mais seguras.
Apesar do reduzido número de indivíduos de águia-imperial em Portugal, registaram-se já 13 casos confirmados de eletrocussão entre 2003 e 2015, evidenciando o seu elevado impacte sobre a espécie. Estes dados contabilizam apenas os casos de eletrocussão conhecidos e confirmados, considerando-se que muitos outros não terão sido detetados, pelo que esta ameaça poderá estar bastante subvalorizada.